TEORIA DA LITERATURA


Leia o poema a seguir:

 

Amor é um fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

 

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se e contente;

É um cuidar que ganha em se perder;

 

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

 

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

 

Luís Vaz de Camões

 

Quanto a sua forma, o poema de Luís Vaz de Camões é


um madrigal


uma écloga


uma ode


um soneto


uma elegia

O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um homem dizendo "Pode deixar". Ele trocaria o pneu.

 

– Você tem macaco? - perguntou o homem.

 

– Não - respondeu a moça.

 

– Tudo bem, eu tenho - disse o homem - Você tem estepe?

 

– Não - disse a moça.

 

– Vamos usar o meu - disse o homem. E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça. Terminou no momento em que chegava o ônibus que a moça estava esperando. Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar. Dali a pouco chegou o dono do carro.

 

– Puxa, você trocou o pneu pra mim. Muito obrigado.

 

– É. Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.

 

– Coisa estranha.

 

– É uma compulsão. Sei lá.

 

(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Pneu furado. In: Pai não entende nada. L&PM, 1991).

 

De acordo com seus estudos, a crônica Pneu Furado, de Luís Fernando Veríssimo, pode ser classificada como:

 


Temporal.


Conto.


Atemporal.


Mini-Conto.


Lírica.

Memórias de um sargento de milícias se caracteriza por um entrecruzamento de discursos, fugindo a uma retórica estritamente romântica e misturando o cômico e o sério. Conforme essas informações, determine as afirmativas falsas e verdadeiras:

(     )    O enunciado — “Era no tempo do rei” —, pelo qual se inicia a narrativa, remete a duas outras formas de discurso: ao discurso da literatura de gênero fantástico-maravilhoso; e ao discurso histórico que, no caso específico do Brasil, refere-se ao tempo em que a família real aqui permaneceu.

(     )    Embora haja situações em que contrastam a ordem e a  desordem, o sagrado e o profano, a atmosfera de alegria e humor não alcança um caráter paródico.

(     )    O riso, porém, não é riso mordaz, mas o riso da esperteza e da malícia. Não há um episódio sequer, em que não se presencie o riso dos personagens.

(     )    Os personagens, rasos psicologicamente, são caracterizados em tipos, em que o próprio nome se torna dispensável e a função valorizada, já que é ela a responsável pela localização do indivíduo no grupo social.

 

A sequência correta é:


F F V V.


F V F V.


V F V V.


V V F F.


V F V F.

Após estudar o capítulo O gênero romance na perspectiva da cosmovisão carnavalesca, leia e analise as afirmações que seguem:

 

 

I- O uso social e o reconhecimento de um texto não o identifica como gênero.

II- É somente pelo uso que um tipo de escrita se consagra em determinado tempo, em determinado espaço social.

III- Os textos autobiográficos, ainda que se modifiquem com o tempo, guardam traços que nos permitem identificá-los em suas variantes, em diferentes épocas e situações.

IV- Os gêneros de “escrita do eu” (a autobiografia, por exemplo) sofrem uma série de transformações na Modernidade.

V- O caráter íntimo e pessoal do sujeito vai se acentuando à medida que a vida privada vai se desagregando do aspecto exterior e público do homem (como era na Antiguidade).

 

São corretas as afirmações contidas em:


I, II, III, IV.


II, III, IV, V.


I, II, III, V.


I, II, IV, V.


I, III, IV, V.

Com base em seus estudos sobre o conceito de carnavalização na literatura, analise as afirmações que seguem:

 

I- A combinação orgânica do elemento-religioso com o naturalismo do submundo extremado e grosseiro.

II- Os escândalos destroem a integridade épica e trágica do mundo, abrem uma brecha na ordem inabalável, normal das coisas e acontecimentos humanos.

III- Não gosta de jogar com passagens e mudanças bruscas, preferência pelo certo, pelo belo.

IV-  Fusão dos discursos da prosa e do verso; as partes do verso sempre se apresentam com certo grau de paródia.

V- Caráter jornalístico, folhetinismo e atualidade mordaz.

 

Dos itens apresentados, fazem parte das propriedades da sátira menipeia defendida por Bakhtin:


I, III, IV,V.


I, II, III, IV.


II, III, IV, V.


I, II, IV, V.


I, II, III, V.

O Realismo em Portugal teve início em 1865 com a questão Coimbrã. Nessa época, haviam cessado as lutas entre os liberais e as facções que representavam a monarquia deposta pela revolução de 1820, sendo consolidado o liberalismo. Porém, apesar das mudanças no cenário político e cultural, a literatura portuguesa ainda se encontrava impregnada de velhas ideias românticas e árcades, e o Realismo foi o “esvaziamento” dessas ideias.

 

 

Das características apresentadas a seguir, assinale a característica do realismo português presente no conto O tesouro:


A melancolia do poeta inglês Lord Byron se faz presente em toda narrativa, portanto há a presença do individualismo e do egocentrismo.


Exaltação dos valores e os heróis nacionais, ambientando seu passado histórico, principalmente o período medieval.


Os sentimentos pessoais do autor em dado momento de sua vida são expressos nas obras.


A narração revela o relacionamento humano, o caráter de egoísmo, ganância, inveja e cobiça.


O autor busca inspiração nas narrativas orais e nas canções populares, manifestação do nacionalismo.

DESCOBERTA DA LITERATURA

 

No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/

cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./

E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/

para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./

Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/

ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/

com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./

Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/

em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/

e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/

a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/

que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/

e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/

receava que confundissem/ o de perto com o distante,/

o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/

e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/

ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./ (…)

João Cabral de Melo Neto

 

Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, relacione as duas colunas abaixo:

 

1ª COLUNA

 

(1) Romance de barbante

(2) Roda morta; folheto guenzo

(3) Como puro alto-falante

(4) Perto/distante/mágico/Franzino/gigante

(5) Cochichavam-me em segredo

 

2ª COLUNA

 

( ) Pleonasmo

( ) Metáfora

( ) Comparação

( ) Metonímia

( ) Antítese

 

A ordem correta é:


2, 1, 3, 4, 5


3, 1, 4, 5, 2


1, 2, 3, 4, 5


2, 4, 5, 3, 1


5, 2, 3, 1, 4

“Sonhei-a em sua palidez marmórea

 

Como a ninfa que volve-se na areia.” (Álvares de Azevedo)

 

A figura presente neste fragmento é:

           


Símbolo.


Metáfora.


Alegoria.


Metonímia..


Comparação.

Leia o texto abaixo, extraído do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

 

“Desta vez porém Luizinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar com razão ao Leonardo.”

 

Considere as afirmações a seguir sobre o comentário feito em relação à palavra "ingenuamente", presente na última frase do texto:

 

 

I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor.

II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções.

III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance.

 

 

A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):


II.


III.


II e III.


I e III.


I.

Em nossos estudos, vimos que a maneira mais eficaz de introduzir “ideias” em um romance é fazer com que elas sejam expressas através de uma fábula, ou seja, por meio da ação, do comportamento e das atitudes das personagens e não por meio do diálogo. Com base nisso, assinale a alternativa CORRETA:


De um ponto de vista filosófico, será eficaz a ideia que for expressa de modo implícito.


De um ponto de vista estético, seria eficaz a ideia que fosse expressa de modo implícito.


O critério que deve ser utilizado para perceber se houve uma correta incorporação das ideias em um romance é o critério filosófico.


O critério utilizado para determinar a forma mais eficaz de introduzir ideias em um romance é o critério filosófico.


Se as ideias forem apresentadas por meio da narração/diálogo, elas serão transmitidas de maneira implícita.

Páginas: 12345678